sábado, 9 de dezembro de 2017

Histórias do I Festival de Talentos da SES/SP: Juliana, Monique e a arte da pintura.

Entrevista realizada por Davi de A. Santos

Da esq. para a dir.: Juliana e Monique, vencedoras do I Festival de Talentos da SES/SP, na modalidade "Pintura".


28 de novembro de 2016.

Num dia parcialmente nublado que culminou numa breve - mas forte – chuva de fim de tarde, encontrei-me com Monique Daiene dos S. Costa (1° lugar) e Juliana I. Chiaradia (2ª lugar), vencedoras do I Festival de Talentos da SES/SP, no Caism Água Funda - "Dr. David Capistrano da Costa Filho", para uma entrevista.

No intuito de fazer um pequeno aquecimento para uma próxima edição do Festival de Talentos, segue abaixo uma pequena matéria sobre este encontro.

Mas, antes de começar, segue um BREVE DOSSIÊ SOBRE AS ARTISTAS MONIQUE  E JULIANA:



MONIQUE DAIENE
DOS S. COSTA
JULIANA
I. CHIARADIA

Um pouco da sua história no CAISM:
·         Inicia suas atividades no Caism “Água Funda” em 2014, atuando como Oficial de Saúde.

Um poucos sobre suas atividades:
·         Recepção e rotinas administrativas no Setor de Internação do Caism; apoio administrativo nas altas, solicitações de exame, contato com os familiares e pacientes.

Um pouco da sua história no CAISM:
·         Iniciou suas atividades no Caism “Água Funda” em 2014, atuando como Terapeuta Ocupacional.

Um poucos sobre suas atividades:
·         Atividades CECO (Centro de Convivência/ Núcleo de Oficinas e Artes); apoio no Núcleo de Moradias Assistidas; avaliações e acompanhamento terapêutica dos moradores; coordenação de grupos terapêuticos/grupos de terapia ocupacional (atividades artísticas ou artesanais escolhidas pelos moradores.

Como iniciou seu trabalho com arte?

·         Desde criança, gostava de desenhar, copiar (desenhos animados, mangá), pintar com guache, fazer pintura em tecidos (camisetas).
·         Aos 12 anos, tem seu 1° contato com tinta óleo.
·         Autodidata, acredita que, no seu caso, a pintura é muito mais um dom, uma aptidão natural: ela olhar, pensa, copia, busca orientações, experimenta sozinha e, as poucos, vai construindo suas obras.
Como iniciou seu trabalho com arte?

·         Aulas e experimentações durante e depois da graduação em Terapia ocupacional e durante a especialização em Saúde Mental (mosaico, pintura, modelagem, teatro, música etc).
·         Percebeu que gostava de ensinar a pintura e, em 2012, inicia aulas de pintura, participando semanalmente de aulas abertas em ateliê.
·         Identifica-se muito com a pintura e a elege como seu principal meio de expressão.

Processo criativo:

·         Monique é mais espontânea, mais intuitiva em seu processo criativo. Gosta de vários assuntos e temas, tentando captar a essência destes temas para registrá-los em suas pinturas. Entre a pintura abstrata e a realista, prefere a realista.
Em uma pintura de paisagem, por exemplo, ela acredita que é uma forma de oferecer ao público uma imagem que o convide a estarem lá naquela na natureza. Que ao ver aquela imagem, as pessoas possam se sintir tão bem quanto ela se sentiu enquanto pintava aquele tema.
Pintar, para ela, é registrar imagens do mundo. Um testemunho não apenas imagético, as emocional também.

Processo Criativo

·         Juliana é mais objetiva, racional. Seu processo criativo em pintura se inicia muito frequentemente a partir de estudos. Ela escolhe um grande tema da pintura (natureza morta, retrato, paisagem, por exemplo ) e monta um cenário com elementos que mais lhe agradam. Para iniciar esses cenários, busca referências em imagens já construídas (fotografias, cartões postais etc) e, a partir deles, insere outros elementos.




I  FESTIVAL DE TALENTOS DA SES/SP: PREPARATIVOS, EXPECTATIVAS E IMPRESSÕES

Juliana quase não participa do evento: embora a notícia do evento já tivesse sido, dias antes, veiculada  e comentada no Caism “Água Funda”, sua inscrição foi bem no finalzinho do prazo. Bem, escolheu as suas obras, tirou as fotos e, rapidinho, enviou o material por e-mail ao Programa “Hábitos Saudáveis”, equipe organizadora do evento.

Para ela, de todo o processo, os preparativos foram a parte mais tensa: como vou conciliar os horários aqui do Caism e a presença no Festival? Será que conseguirei a dispensa? Será que meu trabalho será escolhido? Após a confirmação da inscrição, outras emoções: Quem vai estar lá? Quais outros colegas de trabalho de outras unidades vão participar?

As perguntas ficaram no ar e, depois da participação confirmada, era a hora de ir ao Festival.

Chegando lá, ao adentrar o espaço do evento, a variedade de meios de expressão e a qualidade das obras dos outros participantes também lhe chamou muito a atenção. Além disso, gostou muito da seriedade e da organização do evento e, quanto à avaliação das obras expostas (para cada modalidade, foi composta uma comissão avaliadora), percebeu seriedade e respeito por parte da comissão avaliadora.

Já Monique, preparou sua inscrição logo após que recebeu a divulgação por e-mail.

Chegou no festival tranquila, aberta à experiência: ajudou a colocar sua pintura no cavalete e ficou andando, apreciando os outros trabalhos.

Assim como Juliana, ficou lisonjeada com a seriedade, carinho e respeito por parte tanto da equipe de organização do evento quanto na avaliação das obras expostas.

Para ambas, havendo mais incentivo e ações (no âmbito das unidades e no âmbito de projetos e iniciativas mais amplos da SES/SP), o talento e as histórias de muitos outros servidores poderiam ser descobertas .

Se participariam de um II Festival de Talentos da SES/SP? Independentemente de ganharem o concurso outra vez, se mostraram, sem hesitar, muito abertas e entusiasmadas em participar do evento novamente.

Agora, é aguardar a próxima edição!



ARTE E TRABALHO: RELAÇÕES, TROCAS E ENCONTROS POSSÍVEIS

Ao serem perguntadas sobre o que pensam sobre a realização de atividades artísticas voltadas aos servidores nas unidades de saúde, ambas expuseram que atividades como estas são uma oportunidade não somente de trocas de técnicas e conhecimentos em arte, mas uma oportunidade de trocas de saberes, experiências de vida entre pessoas; das pessoas se conhecerem e conhecerem uma a história da outra. O fazer arte como oportunidade de proporcionar encontros.

Aliás, nada melhor do que a história das duas para falar de encontros: mesmo trabalhando na mesma unidade de saúde, Juliana e Monique se conheceram apenas no I Festival de Talentos da SES/SP.

Sobre o fazer artístico, Juliana sente que, muito mais do que diversão, criar, fazer arte repõe suas energias, estimula sua criatividade. É um momento de parar de pensar nos problemas e poder relaxar, apenas criar. Além disso, acredita que ver o resultado do seu trabalho e poder compartilhar com as pessoas com o que você produz é algo muito gratificante.

Para Monique, fazer arte é um momento de calma. Naquele momento, todas as tensões do cotidiano e do trabalho são deixadas de lado e você tem um momento consigo mesma.

Ainda sobre as atividades artísticas voltadas aos servidores, Juliana pensa que, assim como acontece em sua experiência pessoal, tais atividades seriam de grande benefício às equipes, pois são uma oportunidade de abertura à expressão, momento de desligamento com os problemas de fora e um espaço de relaxamento. Ressalta ainda que atividades como estas podem ser vistas como um outro lado do trabalho: o servidor visto não apenas como aquele oferecer o trabalho, mas que também o recebe. Sugere que, se estas atividades fossem realizadas, que fossem variadas em termos de meio de expressão (pintura, desenho, artesanato, música, dança, teatro etc) e que cada servidor realizasse aquelas com as quais mais se identificasse e se sentisse bem em realizar.

Para Monique, fazer arte é um instrumento interessante de relaxamento, de trazer paz de espírito. Afirma ainda que, com a mente calma, com paz de espírito, as pessoas não só trabalham melhor, mas são mais valor ao seu próximo. Assim como Juliana, concorda na importância de, em havendo atividades artísticas nas unidades, que elas fossem variadas, e sugere ainda  atividades simples, como recorte e colagem, como uma oficina possível. O que importa é que o servidor se identifique com a ação e se sinta bem e relaxado enquanto participa.

      
         
PARA FINALIZAR: ARTE PARA MIM É...

Arte para mim é lazer, energia boa. (Juliana).


Arte para mim é vida, minha vida; demonstrar alegria, amor, paz; demonstrar um pouco de mim às pessoas e demonstrar um pouco do mundo. (Monique).